Pulo do Lobo

Um blog para os apreciadores do silêncio ...

Nome:
Localização: Neta, Alentejo, Portugal

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Natal


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De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
— Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
— Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
— Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
— Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: — É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
— Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
— Mentira! Arara. Ora essa!
— Cristo nasceu! canta o galo.
— Aonde? pergunta o boi.
— Num estábulo! — o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
— Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.

V. Moraes

terça-feira, dezembro 20, 2005

O mito


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Afinal, de onde vem o mito Álvaro Cunhal? A imagem marcante, quase lendária, do dirigente comunista, foi em grande medida forjada no período em que Cunhal esteve preso, sublinha José Pacheco Pereira, no terceiro volume desta Biografia Política, O Prisioneiro (ed. Temas e Debates, 748 páginas). Desde os anos 50, essa imagem do «melhor português», o verdadeiro «democrata», moldou a figura do advogado preso no Luso para os mais jovens, que nunca chegaram a conhecê-lo, senão após o 25 de Abril de 1974. «As campanhas pela libertação de Cunhal, repetindo--se ciclicamente desde 1953, foram elementos fundamentais para a criação da mitologia (...) no movimento comunista e nos meios do ‘contra’ em geral. (...) Nos retratos desenhados que se publicam nessa altura – e os desenhos são então mais importantes do que as fotografias, até porque estas eram mais antigas e não as havia recentes –, Cunhal aparece sempre mais novo do que já então era, com um ar um pouco de criança séria e triste, mas com um aspecto duro e decidido. Esta iconografia dá um rosto a quem o não tinha.»Este é, então, um período de tempo em que o biógrafo se aventura por um quotidiano sem «história aparente», «feito da repetição dos mesmos gestos vigiados, numa sucessão de horas, dias e anos, confinado em duas prisões de alta segurança: a Penitenciá-ria e o Forte de Peniche». À VISÃO, Pacheco Pereira adianta que este foi o livro mais difícil: «Foi extremamente trabalhoso, quase como fazer renda... É um período sobre o qual quase não há fontes.»Não se julgue que este livro não procura encontrar nessa rotina matéria para boas descrições e curiosas revelações sobre a atitude e a vivência íntima de Cunhal nas prisões do regime. Contudo, para ultrapassar esta ausência de actos públicos de Álvaro Cunhal, Pacheco Pereira opta por mostrar, em pormenor, a história, paralela, do comunismo português. «Não é possível escrever uma biografia de Cunhal sem ao mesmo tempo interpretar a história do PCP», adverte o autor, na nota introdutória. Pacheco Pereira fá-lo, recorrendo a todas as fontes disponíveis, como os testemunhos obtidos junto de importantes dirigentes e ex-dirigentes comunistas e a documentos organizativos do partido. Sendo o primeiro livro desta biografia publicado após a morte de Álvaro Cunhal, continua a ser uma obra «presa às fontes».Os negros anos 50O livro começa com uma frase que dá o mote para o período mais negro da vida do dirigente: «Estava consumada a prisão. Os presos, Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro e Sofia Ferreira, foram de imediato levados para o Porto.» Ali, continua o relato, cativante, começa o calvário dramático dos três presos políticos, capturados numa operação policial no Luso. Começa o isolamento e a tragédia particular do ex-tarrafalense Militão Ribeiro (que morre na prisão). Segue-se a defesa de Cunhal no Tribunal Plenário, de improviso, várias horas, defendendo, ideologicamente, o comunismo e colocando no banco dos réus os acusadores e a ditadura. O que sobra da direcção comunista refaz a sua estratégia.Um dos aspectos mais interessantes deste livro é o da luta contínua, a partir de 1949, entre os vários elementos da direcção comunista (sobretudo a subida, contestada, de Júlio Fogaça ao Secretariado) e a ruptura com a oposição não comunista (Cunha Leal, António Sérgio, Norton de Matos). Estes dois movimentos estão na origem da mais conhecida inflexão do PCP: o «desvio de direita» que só terminará quando Cunhal e os restantes evadidos de Peniche, já na década de 60, iniciam o caminho que culminará, em 1964, com o documento central da estratégia comunista: o Rumo à Vitória.Entretanto, há que sobreviver à década de 50, a todos os títulos, um período de refluxo e de ressaca. Pacheco Pereira traz à luz as circunstâncias pouco claras dos assassinatos de Aurélia Celorico, Manuel Lopes Vital e do ex-membro do Comité Central, Manuel Domingues. A morte destes três militantes com responsabilidades na organização nunca foi, cabalmente, explicada, e decorre num período em que as «traições» (entrega de nomes e factos à PIDE) abalam a confiança na organização clandestina. É também um período de «purgas» na cúpula e de afastamento de alguns sectores intelectuais.É neste cenário, pouco auspicioso, que vão decorrer alguns dos acontecimentos mais relevantes para a história do comunismo, como o XX Congresso do PC da União Soviética, com as suas críticas a Estaline, e a invasão da Hungria pelo Exército Vermelho. Em Portugal, são os anos em que desponta a «questão colonial» e, em 1958, «o ‘furacão’ Delgado». Quando Cunhal e os restantes nove dirigentes do PCP se evadem do Forte de Peniche, em Janeiro de 1960, o mundo mudara, e muito.

É difícil engulir esta ...


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... anedota. Mas a verdade é que ela traduz muito do que se passa em grande parte das empresas públicas e em muitas empresas privadas deste rectângulo à beira-mar plantado. É claro que a imagem é um exagero, mas, se juntarmos as pausas para o cafézinho, cigarrinho, pesquisas na internet, ajuda nos trabalhos de casa das filhas, baixas por stress, e atrasos devido ao trânsito matinal começamos a perceber as causas de, apesar de termos os salários médios muito abaixo da média europeia, continuarmos a ser os menos produtivos do continente.

Zé da Neta

Coming soon ...


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THE sci-fi dream of the computer-generated virtual reality—so familiar to readers of “Neuromancer” and viewers of “The Matrix”—has finally come true. But, as is often the case with guesses about future technologies, it has not come true in quite the way that many people expected.
While scientists developed sensory-input devices to mimic the sensations of a virtual world, the games industry eschewed this hardware-based approach in favour of creating alternative realities through emotionally engaging software. “It turns out that the way humans are made, the software-based approach seems to have much more success,” writes Edward Castronova in an illuminating guide to these new synthetic worlds.Millions of people now spend several hours a week immersed in “massively multiplayer online role-playing games” (MMORPGs). These are often Tolkienesque fantasy worlds in which players battle monsters, go on quests, and build up their virtual power and wealth. Some synthetic worlds are deliberately escapist; others are designed to be as lifelike and realistic as possible. Many have a strong libertarian bent. Sociologists and anthropologists have written about MMORPGs before, but Mr Castronova looks at the phenomenon from a new perspective: economics.
Mr Castronova's thesis is that these synthetic worlds are increasingly inter-twined with the real world. In particular, real-world trade of in-game items—swords, gold, potions, or even whole characters—is flourishing in online marketplaces such as eBay. This means in-game items and currency have real value. In 2002, Mr Castronova famously calculated the GNP per capita of the fictional game-world of “EverQuest” as $2,000, comparable to that of Bulgaria, and far higher than that of India or China. Furthermore, by “working” in the game to generate virtual wealth and then selling the results for real money, it is possible to generate about $3.50 per hour. Companies in China pay thousands of people, known as “farmers”, to play MMORPGs all day, and then profit from selling the in-game goods they generate to other players for real money.
Land and other in-game property has been sold for huge sums: one “Project Entropia” player paid $26,500 for an island in the game's virtual world last year, and has already made his money back by selling hunting and mining rights to other players. Trade in virtual items is now worth more than $100m each year. In some Asian countries, where MMORPGs are particularly popular, in-game thefts and cheats have led to real-world arrests and legal action. In one case in South Korea, the police intervened when a hoard of in-game money was stolen and sold, netting the thieves $1.3m. In-game money is, in short, no less real than the dollars and pounds stored in conventional bank accounts.
Virtual economies are an integral part of synthetic worlds. The buying and selling of goods, as the game's inhabitants go about their daily business, lends realism and vibrancy to the virtual realm. But in-game economies tend to be unusual in several ways. They are run to maximise fun, not growth or overall wellbeing. And inflation is often rampant, due to the convention that killing monsters produces a cash reward and the supply of monsters is unlimited in many games. As a result, the value of in-game currency is constantly falling and prices are constantly rising.
Mr Castronova's analysis of the economics of fun is intriguing. Virtual-world economies are designed to make the resulting game interesting and enjoyable for their inhabitants. Many games follow a rags-to-riches storyline, for example. But how can all the players end up in the top 10%? Simple: the upwardly mobile human players need only be a subset of the world's population. An underclass of computer-controlled “bot” citizens, meanwhile, stays poor for ever. Mr Castronova explains all this with clarity, wit and a merciful lack of academic jargon.
Some of his conclusions may sound far-fetched. In particular, he suggests that as synthetic worlds continue to grow in popularity, substantial numbers of people will choose to spend large parts of their lives immersed in them. Some players could then fall victim to what Mr Castronova calls “toxic immersion”, in which their virtual lives take precedence, to the detriment of their real-world lives.
But perhaps this is not so implausible. It is already possible to make a living by working in a virtual world, as the “farmers” demonstrate. In one survey, 20% of MMORPG players said they regarded the game world as their “real” place of residence; Earth is just where they eat and sleep. In July, a South Korean man died after a 50-hour MMORPG session. And the Chinese government has recently tried to limit the number of hours that can be spent playing MMORPGs each day.
As technology improves, players could make enough money to pay for the upkeep of their real-world bodies while they remain fully immersed in the virtual world. Mr Castronova is right when he concludes that “we should take a serious look at the game we have begun to play.”

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Terra


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Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos... Á
gua que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida.

M. Torga

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Uma sombrinha jeitosa


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Assim como eu, quando o calor aperta, também para aí andam agora uns senhores doutores à procura de uma sombrinha jeitosa! Eles é andarem no meio da gente, amisturados e tudo , é promessas de bons tempos, é sol na eira e chuva no nabal, e sei lá que mais. Eu cá já começo a ficar um poucochinho desconfiado destas faladeiras todas. Há um ou dois que eu cá conheço. Um já é velhote mas aquilo é que é bem falar. Nunca o vi fazer nada mas inté dá gosto ouvir o homem falando. O outro , mais avarento nos sorrisos , inté disse que já cá tinha estado, no Pulo do Lobo, mas, nem eu nem o Sr. José da mercearia de Vale de Poço, que sabe sempre quem é que está e quem é que nao está, demos por isso. Se calhar veio encoberto e ninguém deu por ele. Os outros dois nao contam para o totobola, aquilo é só para irem buscar uns dinheiritos para os partidos, pelo menos é o que me disse a Custódinha, que , no intervalo das telenovelas da TVI, está sempre a ouvir os téjornais. Como estamos em tempo de reflexao nao vou dizer em quem vou votar mas aqui na Neta andamos muito entusiamados com a possibilidade de o novo Presidente da República poder demitir o Governo.Nao foi o que o actual fez ao pobrezinho do Santana ? Ou há moral ou comem todos , nao é o que se acostuma dizer.

Zé da Neta

domingo, dezembro 11, 2005

O consumismo


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É nesta época , que deveria ser de reflexao e auto-crítica, que se registam os maiores devaneios consumistas. As trocas de prendas neste período assumem-se como verdadeiras relaçoes de deve e haver em tudo idênticas às que qualquer contabilista aplica nas normais trocas comerciais. " Esta prenda tem que ser mais cara porque a tua prima Sara no ano passado deu prendas aos nossos três filhos e nós só demos ao Joao Miguel... " " Quem ? A Rita, essa leva uma da loja dos trezentos porque só nos sabe é oferecer livros ..." Poderia continuar com exemplos degradantes daquilo em que o Natal se transformou mas termino apenas louvando a oportuna chamada de atençao do Papa Benedito XVI nesta matéria.

Zé da Neta

sábado, dezembro 10, 2005

Imagine


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Hoje é um ícone. Numa fria noite de Dezembro em New York perdemos todos uma parte de nós. Cantou a paz e o amor mas sobretudo a paz. Nunca como agora este homem sábio fez tanta falta. É pena que o seu génio tenha sido interrompido por alguém que, simplesmente para interromper uma vida medíocre, tenha cometido um acto tao despropositado. Apesar de tudo é algo que pode sempre acontecer. Yeah, Yeah, Yeah !

Zé da Neta

quarta-feira, dezembro 07, 2005

L' idiot


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Je me levai pour fermer la porte à clé derrière lui: à ce moment, je me rappelai brusquement un tableau que j’avais vu le matin chez Rogojine, dans une des salles les plus sombres de sa maison, au dessus d’une porte. Lui-même l’avait montré en passant et j’étais resté, je crois, environ cinq minutes devant ce tableau qui, bien que dénué de toute valeur artistique, m’avait jeté dans de singulières transes.
« Il représentait le Christ au moment de la descente de Croix. Si je ne me trompe, les peintres ont l’habitude de figurer le Christ soit sur la Croix, soit après la descente de Croix, avec un reflet de surnaturelle beauté sur son visage. Ils s’appliquent à Lui conserver cette beauté même au milieu des plus atroces tourments. Il n’y avait rien de cette beauté dans le tableau de Rogojine; c’était la reproduction achevée d’un cadavre humain portant l’empreinte des souffrances sans nombre endurées même avant le crucifiement; on y voyait les traces des blessures, des mauvais traitements et des coups qu’Il avait essuyé de ses gardes et de la populace quand Il portait la Croix et tombait sous son poids; celles enfin du crucifiement qu’Il avait subi pendant six heures (du moins d’après mon calcul). C’était en vérité le visage d’un homme que l’on venait’ de descendre de croix; il gardait beaucoup de vie et de chaleur; la rigidité n’avait pas encore fait son oeuvre en sorte que le visage du mort reflétait la souffrance comme s’il n’avait pas cessé de la ressentir (ceci a été très bien saisi par l’artiste). Par surcroît, ce visage était d’une impitoyable vérité: tout y était naturel; c’était bien celui de n’importe quel homme après de pareilles tortures.
« Je sais que l’Eglise chrétienne a professé, dès les premiers siècles, que les souffrances du Christ ne furent pas symboliques, mais réelles, et que, sur la croix, son corps fut soumis, sans aucune restriction, aux lois de la nature. Le tableau représentait donc un visage affreusement défiguré par les coups, tuméfié, couvert d’atroces et sanglantes ecchymoses, les yeux ouverts et empreints de l’éclat vitreux de la mort, les prunelles révulsées. Mais le plus étrange était la singulière et passionnante question que suggérait la vue de ce cadavre de supplicié: si tous ses disciples, ses futurs apôtres, les femmes qui L’avaient suivi et s’étaient tenues au pied de la Croix, ceux qui avaient foi en Lui et L’adoraient, si tous ses fidèles ont eu un semblable cadavre sous les yeux (et ce cadavre devait être certainement ainsi), comment ont-ils pu croire, en face d’une pareille vision, que le martyre ressusciterait ? Malgré soi, on se dit: si la mort est une chose si terrible, si les lois de la nature sont si puissantes, comment peut-on en triompher ? Comment les surmonter quand elles n’ont pas fléchi alors d’avant Celui même qui avait, pendant sa vie, subjugué la nature, qui s’en était fait obéir, qui avait dit « Talitha Cumi ! » et la petite fille s’était levée, « Lazare, sort ! » et la mort était sorti du sépulcre ? Quand on contemple ce tableau, on se représente la nature sous l’aspect d’une bête énorme, implacable et muette. Ou plutôt, si inattendue que paraisse la comparaison, il serait plus juste, beaucoup plus juste, de l’assimiler à une énorme machine de construction moderne qui, sourde et insensible, aurait stupidement happé, broyé et englouti un grand Etre, un Etre sans prix, valant à lui tout seul toute la nature, toutes les lois qui la régissent, toute la terre, laquelle n’a peut-être été crée que pour l’apparition de cet Etre !
« Or, ce que ce tableau m’a semblé exprimer, c’est cette notion d’une force obscure, insolente et stupidement éternelle, à laquelle tout est assujetti et qui vous domine malgré vous. Les hommes qui entouraient le mort, bien que le tableau n’en représentât aucun, durent ressentir une angoisse et une consternation affreuses dans cette soirée qui brisait d’un coup toutes leurs espérances et presque leur foi. Ils durent se séparer en proie à une terrible épouvante, bien que chacun d’eux emportât au fond de lui une prodigieuse et indéracinable pensée. Et si la Maître avait pu voir sa propre image à la veille du supplice, aurait-il pu Lui-même marcher au crucifiement et à la mort comme Il le fit ? C’est encore une question qui vous vient involontairement à l’esprit quand vous regardez ce tableau.

F. Dostoiesvski

Solidao


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A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

V. de Moraes

terça-feira, dezembro 06, 2005

Dialéctica da inveja


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A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio de autovalorização, de tal modo que a alma, dividida, fala para fora com a voz do orgulho e para dentro com a do desprezo, não logrando jamais aquela unidade de intenção e de tom que evidencia a sinceridade.
Que eu saiba, o único invejoso assumido da literatura universal é O Sobrinho de Rameau, de Diderot, personagem caricato demais para ser real. Mesmo O Homem do Subterrâneo de Dostoiévski só se exprime no papel porque acredita que não será lido. A gente confessa ódio, humilhação, medo, ciúme, tristeza, cobiça. Inveja, nunca. A inveja admitida se anularia no ato, transmutando-se em competição franca ou em desistência resignada. A inveja é o único sentimento que se alimenta de sua própria ocultação.
O homem torna-se invejoso quando desiste intimamente dos bens que cobiçava, por acreditar, em segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas do mérito. Daí sua compulsão de depreciar esses bens, de destruí-los ou de substituí-los por simulacros miseráveis, fingindo julgá-los mais valiosos que os originais. É precisamente nas dissimulações que a inveja se revela da maneira mais clara.
As formas de dissimulação são muitas, mas a inveja essencial, primordial, tem por objeto os bens espirituais, porque são mais abstratos e impalpáveis, mais aptos a despertar no invejoso aquele sentimento de exclusão irremediável que faz dele, em vida, um condenado do inferno. Riqueza material e poder mundano nunca são tão distantes, tão incompreensíveis, quanto a amizade de Abel com Deus, que leva Caim ao desespero, ou o misterioso dom do gênio criador, que humilha as inteligências medíocres mesmo quando bem sucedidas social e economicamente. Por trás da inveja vulgar há sempre inveja espiritual.
Mas a inveja espiritual muda de motivo conforme os tempos. A época moderna, explica Lionel Trilling em Beyond Culture (1964), "é a primeira em que muitos homens aspiram a altas realizações nas artes e, na sua frustração, formam uma classe despossuída, um proletariado do espírito."
Para novos motivos, novas dissimulações. O "proletariado do espírito" é, como já observava Otto Maria Carpeaux (A Cinza do Purgatório, 1943), a classe revolucionária por excelência. Desde a Revolução Francesa, os movimentos ideológicos de massa sempre recrutaram o grosso de seus líderes da multidão dos semi-intelectuais ressentidos. Afastados do trabalho manual pela instrução que receberam, separados da realização nas letras e nas artes pela sua mediocridade endêmica, que lhes restava? A revolta. Mas uma revolta em nome da inépcia se autodesmoralizaria no ato. O único que a confessou, com candura suicida, foi justamente o "sobrinho de Rameau". Como que advertidos por essa cruel caricatura, os demais notaram que era preciso a camuflagem de um pretexto nobre. Para isso serviram os pobres e oprimidos. A facilidade com que todo revolucionário derrama lágrimas de piedade por eles enquanto luta contra o establishment, passando a oprimi-los tão logo sobe ao poder, só se explica pelo fato de que não era o sofrimento material deles que o comovia, mas apenas o seu próprio sofrimento psíquico. O direito dos pobres é a poção alucinógena com que o intelectual activista se inebria de ilusões quanto aos motivos da sua conduta. E é o próprio drama interior da inveja espiritual que dá ao seu discurso aquela hipnótica intensidade emocional que W. B. Yeats notava nos apóstolos do pior (v. "The Second Coming" e "The Leaders of the Crowd" em Michael Robartes and The Dancer, 1921). Nenhum sentimento autêntico se expressa com furor comparável ao da encenação histérica.
Por ironia, o que deu origem ao grand guignol das revoluções modernas não foi a exclusão, mas a inclusão: foi quando as portas das atividades culturais superiores se abriram para as massas de classe média e pobre que, fatalmente, o número de frustrados das letras se multiplicou por milhões.
A "rebelião das massas" a que se referia José Ortega y Gasset (La Rebelión de las Masas, 1928) consistia precisamente nisso: não na ascensão dos pobres à cultura superior, mas na concomitante impossibilidade de democratizar o gênio. A inveja resultante gerava ódio aos próprios bens recém-conquistados, que pareciam tanto mais inacessíveis às almas quanto mais democratizados no mundo: daí o clamor geral contra a "cultura de elite", justamente no momento em que ela já não era privilégio da elite.
Ortega, de maneira tão injusta quanto compreensível, foi por isso acusado de elitista. Mas Eric Hoffer, operário elevado por mérito próprio ao nível de grande intelectual, também escreveu páginas penetrantes sobre a psicologia dos ativistas, "pseudo-intelectuais tagarelas e cheios de pose... Vivendo vidas estéreis e inúteis, não possuem autoconfiança e auto-respeito, e anseiam pela ilusão de peso e importância." (The Ordeal of Change, 1952).
Por isso, leitores, não estranhem quando virem, na liderança dos "movimentos sociais", cidadãos de classe média e alta diplomados pelas universidades mais caras, como é o caso aliás do próprio sr. João Pedro Stedile, economista da PUC-RS. Se esses movimentos fossem autenticamente de pobres, eles se contentariam com o atendimento de suas reivindicações nominais: um pedaço de terra, uma casa, ferramentas de trabalho. Mas o vazio no coração do intelectual ativista, o buraco negro da inveja espiritual, é tão profundo quanto o abismo do inferno. Nem o mundo inteiro pode preenchê-lo. Por isso a demanda razoável dos bens mais simples da vida, esperança inicial da massa dos liderados, acaba sempre se ampliando, por iniciativa dos líderes, na exigência louca de uma transformação total da realidade, de uma mutação revolucionária do mundo. E, no caos da revolução, as esperanças dos pobres acabam sempre sacrificadas à glória dos intelectuais activistas.

Olavo de Carvalho

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Paris


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La nouvelle diva ...

sábado, dezembro 03, 2005

Maçonaria ( perspectivas ... )


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A Maçonaria é talvez um dos maiores alvos da curiosidade de várias pessoas há tempos. Sendo uma sociedade fechada, ela se auto define como segmento filantrópico, filosófico, educativo progressista. O interesse pelo que está oculto tem atraído muitos a ela como insetos em plantas carnívoras.
Esta sedução não se limita apenas a homens não evangélicos, mas infelizmente é algo que está alastrando a anos em alguns segmentos da nossa Igreja. Tamanha é a inocência de alguns líderes, que muitos não somente fecham os olhos para a coisa, como também participam como "bons maçons".
"Meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento". (Os. 4:6)
É preciso uma análise minuciosa acerca dessa entidade, para que se saiba com que ou que se está lidando. Um posicionamento contrário em meio a Ignorância não é o bastante. É necessário conhecimento de causa.
Portanto este é o intuito deste trabalho, onde analisaremos a Franco Maçonaria para que possamos rechaça-la. É preciso tirar a pele da suposta ovelha para que vejamos o lobo.
Origem e Fundadores
Pouco se sabe a respeito da origem e fundadores da Maçonaria. Porém, o que não faltam são "contos de fadas" acerca desse assunto. São personagens da antigüidade que são destacado como verdadeiros heróis neste meio.
Tubalcaim é citado como o primeiro maçom. Descendente de Caim, filho de Lamec com Seba, este homem que é dito pai dos que trabalham com cobre e ferro, viu em seu pai o exemplo de um homem homicida e polígamo (Gn. 4:22-24).
A lista segue com Ninrode, grande caçador diante do Senhor, esta figura é considerada fundador da Babilônia e arquiteto da Torre de Babel (Gn. 10:8,9; 11:1-9). Isso com certeza aproxima os ideais da Torre de Babel a Maçonaria.
Entretanto, o mais reverenciado de todos os "patriarcas" é Hiram Abif. Conta a Maçonaria que durante a construção do templo, Salomão contava com a ajuda do rei de Tiro Hiram, e contratou o filho de uma viúva chamado Hiram. Diga-se se passagem que este aparece nos relatos bíblicos apenas como bronzenista, mas aos olhos da Maçonaria, é visto como o arquiteto. É acrescentado a história o relato de sua morte. Hiram é tido como Mestre (3º grau maçom), e seus três ajudantes como companheiros (2º grau), os quais o assassinaram em busca do Segredo da Palavra. Os dois reis são informados da morte, e que o corpo fora enterrado. Após uma conturbada estória de ressurreição, entende-se que os segredos do Mestre são guardados até o seu descobrimento na Idade Média.
Os Maçons (pedreiro em francês) são quase que um sindicato em seus primórdios. Chamada Maçonaria Operativa nesta época desenvolveu-se com o passar dos séculos, não se restringindo mais apenas a artesãos, mas tornando-se aberto a outros grupos da sociedade. Nasce assim a Maçonaria Especulativa.
Em 1717, quatro lojas na Inglaterra se uniram, formando a Grande Loja, da qual se originaram todas as lojas restantes no mundo.
Desenvolvimento Histórico
Ao passar de Operativa para Especulativa, a Maçonaria não mais se restringiu a artesãos, mas dispôs a estar aberta a outros membros (cléricos, políticos, cientistas, etc.). Todos estes tiveram papel importante na formação de doutrinas, rituais e graus de progressão. O que não isenta o fato de que muito do que há na Maçonaria foi herdado do paganismo antigo e religiões ocultistas medievais.
Logo a Maçonaria moderna é fruto dessas infusões ocultistas. Não anulando também os aspectos próprios do sindicato que ressaltam através de símbolos fustões morais (agora revestidos de aspectos espirituais).
Doutrina e Refutações Bíblicas
"Dizer que uma árvore não é árvore não anula a verdade".
Ainda que declaradamente a Franco Maçonaria não assuma ela é uma religião. Dotada de uma visão politeísta, ela é sincretista e monísta.Tem como base a Loja Azul, que podemos chamar de a "capa do livro". Dividida em três hierarquias (Aprendiz, Companheiro e Mestre), são rasos conhecedores da verdadeira doutrina. Saindo da loja, passamos a divisão em dois ritos, o de Iorque e Escocês. O grau mais elevado é o 33º, que no Brasil é chamado Grande Inspetor Geral.As doutrinas são chamadas Landmarks, e de forma geral resumem-se a três pontos: Paternidade de Deus, Fraternidade Universal e Imortalidade da alma.
Paternidade de Deus:
Com base na visão deísta, Deus é o Pai de toda humanidade, independente de crença religiosa. A estes não se revela de forma específica, mas tão somente através da natureza e da consciência do homem. Ele é inatingível, incognitível e distante. Tendo pouco a se dizer sobre Ele, pouco também haverá para se discordar a seu respeito.
Assim não depende em que você crê, pois em nada alterará sua posição para com o Pai (o grito é nosso). Está aberto um leque de escolhas onde você pode chegar-se a Ele através de Buda, Maomé, etc. (O grito é deles).
Desta forma a Maçonaria transforma Deus em algo genérico, que atende a todos os gostos. Como os bonés americanos, cujo tamanho é "One size fits all" (tamanho único, mas que serve a todos). Para isso dão o nome de Deus de Jabulon, Jeovah, Bel ou Ball e Om formam a "Trindade Maçônica".
Mas o que a Bíblia diz?
A expressão "Filhos de Deus" não é encontrada no Antigo Testamento com referência a homens, mas a anjos. Quando observamos no Novo Testamento encontramos a relação desta identidade a homens regenerados em Cristo Jesus (Jo. 1:12; Rm. 8:14).
Com certeza Deus se revela através da natureza (Rm. 1:19-20; Sl.19:1) e da consciência humana (Rm. 2:15; Pv.20:27), porém não se limita a isso, mas se revela por meio das escrituras (Rm.15:4; II Tm.3:16), bem como ainda por seu Filho Unigênito (Jo.1:14; Hb. 1:2).
A consciência do homem está corrompida (Tt. 1:15) o que torna difícil o entendimento. Seus olhos foram cegados pelo Deus deste século (II Co. 4:4), fazendo que desta forma se multipliquem as religiões pagãs por sobre a terra, das quais a Maçonaria recebe em seu seio.
A associação do nome de Deus com outros deuses fere a integridade daquele que é o Altíssimo, ao qual ninguém se eqüivale e subsiste por si só (Ex.3:14;Jo.2:3;Is.40:18). Ele é zeloso e sempre se mostrou presente na história de seu povo (Ex.20:4; 33:14), o que desmente a teoria deísta.
Realmente o homem não pode chegar a Deus por si só, porém recebeu a revelação maior, através do qual pode chegar-se a Ele: Jesus Cristo, o filho do Deus Vivo, o único caminho (Jo. 14:6).
Fraternidade Universal:
A conseqüência natural da paternidade de Deus, é a idéia de que todos os homens são irmãos espirituais ( o grito é nosso). Encontramos neste ensino a natureza humanista da Maçonaria. Através desta afirmação, os maçons fazem do homem um ser divino, que através do auto conhecimento pode chegar ao conhecimento de Deus. Com isso incentivam a fé no próprio homem, elevando-o ao nível de Deus, tornando-o passível de adoração.
Será Jovem?
Ao entrarmos na vida através do sangue de Jesus, passamos das trevas para a luz. Sabemos que não pode haver por isso jugo desigual, comunhão entre santos e os profanos (o grito é deles).
No Éden encontramos o autor da idéia de que o homem pode ser divino. A serpente trouxe essa proposta a Eva através do incentivo a desobediência. Sabemos muito bem a conseqüência (Gn. 3). Nem os anjos (Ap.22:9), nem os apóstolos (At. 10:25-26; 14:11-15), os finais convivem e conviveram tão perto de Deus, aceitaram adoração.
A fé depositada em si mesmo, traz ao homem apenas destruição ( Is.2:22; Jr. 17:5-6).
Imortalidade da Alma:
Concluindo que Deus é o Pai de todos, e que assim somos todos irmãos, nada resta senão a salvação de toda a humanidade, rumo ao Oriente Eterno. Ser maçom leva o homem tão somente ao auto conhecimento, o qual como já foi dito, ao conhecimento de Deus. Isso os tornam detentores de segredos maiores, os quais os profanos não têm acesso. Trata-se de uma auto justificação também, pois os mesmo se enxergam como puros. Para isso, o símbolo dos velos e aventais.
Eu acho que não...
A bíblia deixa bastante claro a condenação dos que não aceitam a Jesus como único redentor (Jo. 3:18). Afirmar que o auto conhecimento oferecido pela Maçonaria é a luz, também não funciona (Jo. 3:19-21). Ao se auto intitularem como puros de mente e coração, justos e íntegros, contradizem a Palavra de Deus (Gn. 8:21; Is. 64:6; Rm. 3:10).

Estratégia de Crescimento
A Maçonaria tem em mãos um grande trunfo para crescimento numérico: os segredos.
A maioria dos adeptos adentram a Maçonaria por curiosidade. A promessa de revelação de grandes segredos atraem muitos como açúcar atrai formiga.Quando alguém detém mais conhecimento que outros, tem sobre este, certo poder. Não é por menos que a maioria dos maçons são homens de destaque social, o que constitui também um atrativo. A coisa toda funciona como uma teia de aranha, onde as moscas cada vez mais se prendem. (grito deles). Para que haja um alcance maior na sociedade criou-se segmentos entre as mulheres, moços e moças. São eles:
Estrela do Oriente - mulheres parentes de maçons.
Demolay - para rapazes.
Filhos de Jó - para moças.
Pontos Fortes e Fracos
Considero difícil frisar pontos fracos em grupos como a Maçonaria. Apesar de se mostrar por vezes contraditória, ela encontra na adversidade um forte poder de enlace aos demais grupos religiosos.
É óbvio que se trata de um risco, porém muito bem calculado. Expor-se a outros credos, trazendo-os para dentro, subjugando-os a sua cosmo visão, faz da Maçonaria a "perfeita massinha de modelar religiosa". Seu detentor molda-a como quer, mas não altera sua substância. Atendendo vários "gostos", alcança seu objetivo. Mal sabe seus usuários que, enquanto a consomem, são na verdade consumidos.
Liturgia (Ritual)
O ritual maçônico é a vestimenta de sua doutrina. Ele não é fácil de se definir, pois varia de jurisdição e rito. Passando por uma evolução constante, não se prendeu mas a um, mas a muitos rituais.
As reuniões, ou capítulos, constituem-se em ima abertura com cânticos. Declara-se então postos e funções dos oficiais, os quais são honrosamente apresentados. São lidas as minutas, membros doentes são mencionados e se há algum a ser iniciado, assim se faz. Isso leva em média duas horas, sendo seguida de uma hora social. Estes rituais tem um claro intuito de aliciar mais membros. O que passar disso é secundário.
Metodologia para alcance
A Maçonaria é com certeza um ‘’osso duro de roer". O simples fato de haver cristãos ali envolvidos nos mostra o quão perigosa esta religião é. Creio no entanto, que alguns crentes que adentram nesta religião, o fizeram por ignorância. Muitos conhecem apenas a "capa do livro". Com amor e oração, mostrando-lhes a verdade acerca da Maçonaria, pode ser que, sendo realmente novas criaturas, deixarão este caminho.
A partir do testemunho dos que já foram maçons, outros poderão enxergar a verdade. Afinal, ao abandonarem os pactos de sangue, feitos dentro da Maçonaria, para realmente viverem sob o sangue do Cordeiro, será provado que Jesus é maior que qualquer aliança. A prova concreta disso são ex- maçons e seus livros de alerta as Igrejas.
Factos Curiosos
A participação histórica da Maçonaria no cenário dos últimos séculos é um factor muito interessante. De maneira bastante discreta, esta sociedade exerceu grande influência em vários acontecimentos. A presença maçônica é vista na Revolução Francesa. Os ‘’ideais" da Maçonaria foram lema adotados neste episódio, mostrando que haviam interesses ocultos por detrás da revolução.
"Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
estiveram em foco no processo de Independência dos Estados Unidos da América. Ali pelo menos quatorze presidentes maçons governaram. Outras sociedades fechadas tiveram seu berço na Maçonaria. O fundador da Máfia, Giuseppi Mazzini (1805-1872), foi uma grande figura entre os maçons do século 19. Da sociedade formada na Silícia , cujo nome era Oblonica (que quer dizer: "Conto com um punhal"), surge um grupo de elite: A Máfia. Este nome é um acrônimo para Mazzinni autorizza turti, incendi, avvelenamenti - Mazzinni autoriza roubo, incêndio e envenenamento.
Do outro lado do oceano, na mesma época, o chamado "Irmão Gêmeo" do italiano, Albert Pike (1809-1891), dirigia o espetáculo nos Estados Unidos. Militar como Mazzinni, Pike era general do lado dos confederados, apesar de ser "Ianque", nascido em Boston. Foi um dos idealizadores que ajudou a criar a KU KLUX KLAN.
Na história brasileira, a Maçonaria também deixou sua marca. Na Inconfidência Mineira, temos o jovem Tiradentes, maçom iniciado na casa de Silva Alvarenga. Observamos as marcas na própria bandeira do estado, que estampa um triângulo com dizeres "Libertas quae seras tamem". Apesar de frustada essa tentativa, a Maçonaria esteve no encalço da Independência do Brasil. José Bonifácio e D. Pedro I eram maçons. Sua colaboração também se esteve até a República, pois Marechal Deodoro também fazia parte da organização.
Conclusão
A partir deste resumo podemos concluir que a Maçonaria não é um grupo interessado no bem estar do homem, voltada para ideais filosóficos, filantrópicos, educativos e progressistas. É uma sombra que, ao meu parecer, constitui uma das mais fortes religiões do globo, pois em si compreende membros de todas as outras (inclusive evangélicos). É abrangente em suas idéias como a Nova Era, mas também tão concreta quanto a Igreja Romana. Não é uma simples corrente filosófica, mas uma instituição, não se identifica como religião, mas como braço da mesma. Com essa camuflagem, têm a vantagem de crescer em qualquer campo, até mesmo em nossas Igrejas.
Sua acção discreta nos lembra Al Paccino, na auto descrição de seu personagem Milton em "O advogado do Diabo", o qual era o próprio Lúcifer : "Eu entro nos lugares sem ser notado". A Maçonaria está no mundo a alguns séculos, e sem que nós saibamos, tem sido o "Ventríloquo" de muitos personagens históricos. É preciso um posicionamento firme e declarado contra este "tumor maligno" dentro da Igreja Evangélica. Pois de pouco valerá lutar contra seitas e mais seitas, sendo que sua "Nave mãe" está aterrizada em nossos templos.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Eros


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Eros, the Greek god of love and sexual desire (the word eros, which is found in the Iliad by Homer, is a common noun meaning sexual desire). He was also worshiped as a fertility god, believed to be a contemporary of the primeval Chaos, which makes Eros one of the oldest gods. In the Dionysian Mysteries Eros is referred to as "protagonus", the first born. But there are many variations to whom the parents of Eros really where. According to Aristophanes (Birds) he was born from Erebus and Nyx (Night); in later mythology Eros is the offspring of Aphrodite and Ares. Yet in the Theogony, the epic poem written by Hesiod, it mentions a typified Eros as being an attendant of Aphrodite, but not her son. Another legend says that he was the son of Iris and Zephyrus.
From the early legend of Eros it is said that he was responsible for the embraces of Uranus (Heaven or Sky) and Gaia (Earth), and from their union were born many offspring. It was also written that Eros hatched our race and made it appear first into the light (Birds, by Aristophanes). Although one of the oldest gods, he was a latecomer to Greek religion. He was worshiped in many regions of Greece, at Thespiae there was an ancient fertility cult, and in Athens he and Aphrodite had a joint cult. Also in Athens the forth day of every month was sacred to Eros. Sometimes Eros was worshiped by the name Erotes (which is the plural of Eros); this personified all the attractions that evoked love and desire, this included heterosexual and homosexual allurements. Anteros (the Returner of Love also known as the god of Mutual Love) was the brother of Eros, which comes from the version of which Aphrodite and Ares are said to be the mother and father of Eros.
Eros is usually depicted as a young winged boy, with his bow and arrows at the ready, to either shoot into the hearts of gods or mortals which would rouse them to desire. His arrows came in two types: golden with dove feathers which aroused love, or leaden arrows which had owl feathers that caused indifference. Sappho the poet summarized Eros as being bitter sweet, and cruel to his victims, yet he was also charming and very beautiful. Being unscrupulous, and a danger to those around him, Eros would make as much mischief as he possibly could by wounding the hearts of all, but according to one legend he himself fell in love. This legend tells us that Eros was always at his mothers side assisting her in all her conniving and godly affairs. The legend goes on to say that Aphrodite became jealous of the beauty of a mortal, a beautiful young woman named Psyche. In her fit of jealousy Aphrodite asked Eros to shoot his arrow into the heart of Psyche and make her fall in love with the ugliest man on earth. He agreed to carry out his mothers wishes, but on seeing her beauty Eros fell deeply in love with Psyche himself. He would visit her every night, but he made himself invisible by telling Psyche not to light her chamber. Psyche fell in love with Eros even though she could not see him, until one night curiosity overcame her. She concealed a lamp and while Eros slept she lit the lamp, revealing the identity of Eros. But a drop of hot oil spilt from the lamp awakening the god. Angered she had seen him Eros fled and the distraught Psyche roamed the earth trying in vain to find her lover. In the end Zeus took pity and reunited them, he also gave his consent for them to marry. There are variations of this legend but most have the same outcome.
The Romans borrowed Eros from the Greeks and named him Cupid (Latin cupido meaning desire). Eros has been depicted in art in many ways. The Romans regarded him as a symbol of life after death and decorated sarcophagi with his image. The Greeks regarded him as most beautiful and hansom, the most loved and the most loving. They placed statues of him in gymnasiums (as most athletes were thought to be beautiful). He was depicted on every form of utensil, from drinking vessels to oil flasks, usually showing him ready to fire an arrow into the heart of an unsuspecting victim.

Rhapsody on a Windy Night


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TWELVE o’clock.
Along the reaches of the street
Held in a lunar synthesis,
Whispering lunar incantations
Dissolve the floors of memory
And all its clear relations
Its divisions and precisions,
Every street lamp that I pass
Beats like a fatalistic drum,
And through the spaces of the dark
Midnight shakes the memory
As a madman shakes a dead geranium.

Half-past one,
The street-lamp sputtered,
The street-lamp muttered,
The street-lamp said, “Regard that woman
Who hesitates toward you in the light of the door
Which opens on her like a grin.
You see the border of her dress
Is torn and stained with sand,
And you see the corner of her eye
Twists like a crooked pin.”


The memory throws up high and dry
A crowd of twisted things;
A twisted branch upon the beach
Eaten smooth, and polished
As if the world gave up
The secret of its skeleton,
Stiff and white.
A broken spring in a factory yard,
Rust that clings to the form that the strength has left
Hard and curled and ready to snap.

Half-past two,
The street-lamp said,
“Remark the cat which flattens itself in the gutter,
Slips out its tongue
And devours a morsel of rancid butter.”
So the hand of the child, automatic,
Slipped out and pocketed a toy that was running along the quay.
I could see nothing behind that child’s eye.
I have seen eyes in the street
Trying to peer through lighted shutters,
And a crab one afternoon in a pool,
An old crab with barnacles on his back,
Gripped the end of a stick which I held him.

Half-past three,
The lamp sputtered,
The lamp muttered in the dark.
The lamp hummed:
“Regard the moon,
La lune ne garde aucune rancune,
She winks a feeble eye,
She smiles into corners.
She smooths the hair of the grass.
The moon has lost her memory.
A washed-out smallpox cracks her face,
Her hand twists a paper rose,
That smells of dust and eau de Cologne,
She is alone
With all the old nocturnal smells
That cross and cross across her brain.”
The reminiscence comes
Of sunless dry geraniums
And dust in crevices,
Smells of chestnuts in the streets,
And female smells in shuttered rooms,
And cigarettes in corridors
And cocktail smells in bars.

The lamp said,
“Four o’clock,
Here is the number on the door.
Memory!
You have the key,
The little lamp spreads a ring on the stair.
Mount.
The bed is open; the tooth-brush hangs on the wall,
Put your shoes at the door, sleep, prepare for life.”

The last twist of the knife.


T. S. Elliot