Porque nao voar ?
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Verónica evitava-o sempre que podia. Algo no seu íntimo a avisava. Ele apenas queria o regato do seu veludo quando a solidao se acercasse impiedosa. Já lhe tinha acontecido anteriormente noutras vidas e até em sonhos que nunca chegavam ao fim . Nao seria propriamente uma novidade. Mas, valeria a pena ?
Estas e outras interrogaçoes apoquentavam-na cada vez mais. Já nao conseguia deitar-se sem que a dúvida se instalasse. E, se ele me ama ?
Entao, com a maré cheia de bons ventos calcorreu o areal virgem , de mao dada com a sua crença. E voou , voou , sem dificuldade, como gaivota no rasto da traineira. O ventre húmido comprimido na esteira domingueira continuava a mantê-la com o pé na terra . E a dúvida persistia. E, se ele me ama ?
Zé da Neta
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