Pulo do Lobo

Um blog para os apreciadores do silêncio ...

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quarta-feira, agosto 31, 2005

Amadeu Souza Cardoso


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

Precursor da arte moderna, morto prematuramente aos 31 anos de idade, Amadeo de Souza-Cardozo não teve oportunidade de ver seu trabalho reconhecido: seguiu a mesma trilha dos vanguardeiros de todos os tempos e de todas atividades, administrando a incompreensão alheia. A humanidade custa a aceitar novos processos ou idéias diferenciadas e assim, para os precursores, a apreciação objetiva e o coroamento de seus esforços se dá, ou no final da vida, ou somente após sua morte.

Nascido em 1887 e falecido em 1918, as primeiras experiências de Souza-Cardozo se deram no desenho, especialmente como caricaturista. Aos 19 anos, mudou-se para Paris, tomando contato primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo.

Valeu-lhe muito sua aproximação com Amadeu Modigliani, de quem se tornou um grande amigo, compartilhando com ele um ateliê e até realizando exposições juntos, em 1911.

Preso ainda ao traço, em 1912 publicou um álbum com 20 desenhos e em seguida, «com paciência de beneditino» copiou o conto de Flaubert La légende de Saint Julien l’Hospitalier, trabalhos ignorados pelo apreciadores de arte. Este último trabalho, depois de ficar por muitos anos nas mãos do editor, acabou sendo adquirido pela própria viúva do pintor, para evitar que fosse destruído.

Depois de participar de uma exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal, onde teve a ousadia de realizar duas exposições, respectivamente em Porto e em Lisboa, causando entre seus patrícios, o mesmo escândalo que seria provocado no Brasil, anos mais tarde, por Anita Malfatti: suas obras foram criticadas, ridicularizadas e, em momentos, houve até confronto físico entre críticos e defensores da arte moderna.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, surgiria a grande oportunidade de desenvolver e encontrar reconhecimento de sua obra, mas Souza-Cardoso não teve tempo para esperar. Morreu nesse mesmo ano e muito tempo se passou até que as opiniões fossem revistas e seu nome ocupasse o devido lugar na história da pintura portuguesa.

Em 1925, a França realizou uma retrospectiva do pintor, com 150 trabalhos, bem aceitos pelo público e pela crítica. Dez anos depois, em Portugal, foi criado um prêmio para distinguir pintores modernistas, que recebeu o nome de «Prêmio Souza-Cardoso». Em 1953, a Biblioteca-Museu de Amarante, sua cidade natal, deu a uma de suas salas o nome do pintor. Em 1958, a Casa de Portugal, em Paris, realizou uma exposição de suas obras.

Lentamente, à medida em que os preconceitos com relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal. Ninguém é culpado. Ele era um visionário, vivia fora de seu tempo, tal como outros tantos, pagou um alto preço por isso.

4 Comments:

Blogger Isabel Magalhães said...

Para mim a mais bela tela do nosso Amadeu...

tenho-a numa enciclopédia de Belas Artes... a preto e branco.

Posso pedir 'emprestada' esta versão a cores para postar no meu blog?

Aguardo resposta.

Um []

3:02 da manhã  
Blogger Isabel Magalhães said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

10:37 da tarde  
Blogger Isabel Magalhães said...

"Quem cala, consente!"

Vou 'levá-la' comigo, meu irmão...! :)

Um []

13.12.2005

10:37 PM

10:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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4:36 da manhã  

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