Só se vive uma vez

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O filme foi o pretexto . A seduçao pairava no ar. Encontraram-se junto ao parque de estacionamento do cinema escolhido. O filme era um thriller erótico que prometia espicaçar a líbido. Ele, com seus míseros vinte e tais , na sua aparente calma , furtava-se a todo e qualquer olhar . Ela, no auge dos seus cinquentas , com um riso nervoso que nao conseguia disfarçar o embaraço sentido, entrou de rompante no carro de Gabriel. Trocaram um beijo de circunstância e imediatamente Lina puxou a saia negra comprida para cima . Os olhos de Gabriel percorreram lentamente o perfil de Lina, tendo-se fixado , propositamente, uns instantes mais do que manda a normal cortesia, nas suas pernas, enquanto aproveitava para a elogiar. O agradecimento nao se fez esperar. Tudo corria pelo melhor. Os bilhetes, previamente encomendados, colocaram-nos na última fila . O filme já tinha começado qundo entraram o que facilitou o primeiro contacto. Deram as maos e sentaram-se . Após uns breves instantes Lina descalçou-se esticou as pernas e colocou a sua mao esquerda na coxa de Gabriel que, mecanicamente, fez o mesmo. Os dedos grossos de Gabriel foram percorrendo lentamente as extremidades das meias até que sentiu o contacto das costas das suas maos com as virilhas lisas de Lina. Ela encostava-se, cada vez com mais força à cadeira, e os dedos dos pés retorciam-se sempre que Gabriel lhe sussurrava algo ao ouvido.