Narciso e Goldmundo
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Não é por H. Hesse ter sido um dos autores mais lidos entre os hippies, nas gerações de 60 e 70, que a sua obra pode ser minimizada ou reduzida a uma referência temporal. Antes pelo contrário, mantêm-se cada vez mais actual e, sobretudo, emancipadora de muitos leitores que recusam leituras imediatistas ou políticamente correctas . A prová-lo, a sua novela Narciso e Goldmundo, relativamente desconhecida, onde Hesse, indo beber à filosofia de Carl Jung, nos revela a complementariedade de facetas , aparentemente opostas, como a espiritualidade, disciplina e ascetismo versus emoção, sensualidade e prazer. Apesar de , no início do romance, Narciso e Goldmundo aparentarem possuir características inatas diametralmente opostas, Hesse, com a sua extraordinária sensibilidade e apurado recorte literário, mostra-nos que ambas estao intrínsecamente ligadas e uma parte sem a outra não consegue florescer. Penso que o livro constitui-se como uma importante metáfora da união harmoniosa de opostos no que há de mais profundo do coração humano.
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