Pulo do Lobo

Um blog para os apreciadores do silêncio ...

Nome:
Localização: Neta, Alentejo, Portugal

terça-feira, maio 30, 2006

Bairro Alto ...


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

... dos meus amores. Quantas vezes, em fim de tarde, aborrecido com os ângulos rectos da Baixa, subi no elevedor da Glória com aquela sensaçao de estar a penetrar num outro mundo. O meu mundo, e dealguns outros, que, como eu, se enamoraram do Bairro, e , desde entao , nunca mais o conseguiram "abandonar". O meu poiso era na Barroca mas o Jazz Bar (do Mário), os Três Pastorinhos, aTia Alice do Arroz Doce, a Margarida do Frágil, os Camones à deriva, o fado vadio, os engates de circunstância e muito mais que aqui nao cabe continuam a preencher os veios e circuitos das minhas meninges. Acordado, e às vezes a sonhar, vagueio, sem rumo, ou num alfarrabista ao Carmo ou fixado numas águas furtadas ao Príncipe real ganhando a calma necessária para suportar a monotonia do emprego, a frieza dos néons e a frivolidade dos sorrisos que, nesta pequena urbe, nos vao enegrecendo o estro.

segunda-feira, maio 29, 2006

How could God 'tolerate' Holocaust?


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

A pergunta que, muito provavelmente, nunca terá resposta, foi ontem feita pelo representante máximo da Igreja católica, que, para além de expiar os seus próprios remorsos, reavivou assim o espírito libertário e solidário que é cada vez mais entendido como absolutamente indissociável nos dias de hoje, da principal missao da Igreja católica.

Zé da Neta

saudades do mestre


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes:
a de se não conformarem”.

Agostinho da Silva

A alegria de viver


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa


Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de sangue.»
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de uma classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciênciade haver cometido. Mas também aconteceu e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga -não hão-de ser em vão. Confesso que
muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

Lisboa, 25 de Junho de 1959(Jorge de Sena)

No areal da Mina ....


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

Olhem quem estava no outro dia , sózinha, a tomar banhos de sol, na praia fluvial da Mina de Sao Domingos . Ia jurar que era a nossa Paris ...

Zé da Neta

sexta-feira, maio 26, 2006

Cindy Sherman


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

Like Cahun and Deren, Cindy Sherman exploits photography's potential for transformation. In her art, she invents roles that range from movie star to witch, Italian gentleman to aristocratic matron. Private points of view merge with public icons of femininity as she convincingly makes illusion her personal reality.
She began her Untitled Film Stills in the late 1970s, after receiving a bachelor of arts degree from the State University of New York at Buffalo and moving to New York City. In these works, Sherman impersonates female character types from various B movies. Composed of sixty-nine stills, the series reprises numerous characters, but Sherman disrupts any possibility of narrative continuity and refuses any link between her heroines' roles and her own subjectivity. In her next and first color series, Sherman again assumed multiple guises in photographs that replace the monochrome of black-and-white films with the technicolor of contemporary television dramas. Both series involve character types and production techniques borrowed from the film industry: Sherman positioned herself in front of a wall in her studio onto which she projected both urban and domestic scenes. Her realization of her first commercial movie, Office Killer, which was released in 1997, can thus be viewed as a logical extension of her early explorations in photography.
In Fairy Tales and History Portraits, two series dating from the mid-1980s, Sherman assumes more specific guises, appropriating characters from well-known stories as well as art history. The heightened theatricality of these scenes turns on their very artificiality. In their staging, Sherman plays with the juxtaposition of the real and the unreal. She presents figures composed of both actual and prosthetic body parts and hidden under thick applications of makeup, encouraging viewers to seek the gaps in her creations.
During the 1980s and 1990s, Sherman received commercial commissions from fashion designers like Jean-Paul Gaultier and Rei Kawakubo of Comme des Garçons, which not only allowed her work to cross boundaries into mass media but also enabled her to stage an alternative to conventional fashion advertising. Employing props and creating characters, Sherman constructs herself and the mannequins who pose in her place as fanciful, dejected, even grotesque figures. As masterful magician in her use of masquerade, Sherman strives toward artifice that is always multifaceted: she multiplies fiction upon fiction as she reinvents herself through makeup, costumes, and props.
Although the three artists in this exhibition were born and lived in different times and places, they all employ photographic technologies and fanciful costumes not only to turn private visions into public images but also to inject real bodies into elaborate fictions. From Cahun's photographs to Deren's filmic representations to Sherman's virtual landscapes, their work comes full circle. All three artists challenge the notion of fixed identity: they construct, and sometimes as quickly dismantle, relationships among posing body, assumed costume, and surrounding environment. The background street scenes and landscapes seen in Sherman's Untitled Film Stills are not documents of actual sites, but rear projections onto empty walls. As the depths of her compositions reveal only their accretions of fabrications and facades, Sherman materializes what Cahun only hints at in her statement, "Under this mask, another mask. I will never finish lifting up all these faces." All three artists take the ritual of dressing up to extremes. In different ways, they all embrace the possibilities of expanded selves, blurring boundaries between exterior and interior, fact and fiction.

terça-feira, maio 23, 2006

In the late autumn of 1888


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

In the late autumn of 1888 Paul Gauguin and Vincent van Gogh spent a little over two months living and working together. It is a wonder they lasted so long.

They made a very odd pairing, even for artists. Gauguin was 40 and Van Gogh 35 when they shared the Yellow House, a small, spartan dwelling on an unassuming square in Arles, a city which had once been the capital of the western Roman empire but had since fallen on hard times. Gauguin had a small avant-garde reputation and a considerably larger opinion of himself; Van Gogh was unknown and felt himself to be unworthy, an apprentice in everything.
The two men had been brought together by Van Gogh's elder brother Theo, who was Gauguin's dealer in Paris and Vincent's sole source of money. The idea that they should live together had many advantages: Gauguin could keep an eye on the unstable Vincent on his brother's behalf, the two impecunious artists could share expenses, and together they would form a 'Studio of the South', a quasi-monastic artistic community. The Yellow House, enthused Vincent, would be 'an artists' house, but not affected, on the contrary, nothing affected'.
This was all very well, except that their personalities were contrasting rather than complementary. The story of their relationship and the tragic disintegration of their high hopes is the subject of Martin Gayford's wonderfully perceptive book.
The Yellow House, full of irregular angles, cluttered with paintings and right on the street was barely big enough for the oversized personalities of its inhabitants. The two painters existed in a fug of tobacco smoke, alcohol and paint, cooped up when the weather was bad, living, eating and working together in a room only 15 feet wide and 24 feet long.
Apart from outings to the local brothels - what they termed 'hygienic excursions' - and occasional visits from friends the pair were rarely apart. There was always going to be trouble. Gauguin felt it too: 'Between two such beings as he and I, the one a perfect volcano, the other boiling inwardly, some sort of struggle was preparing.'
Neither man was an easy housemate but Van Gogh was particularly difficult. He would work frenetically, talk interminably and drink excessively: 'If the storm within gets too loud,' he noted, 'I take a glass too much to stun myself.' Gauguin himself often felt stunned by this intense existence, his nerves 'strained to the point of stifling all human warmth'.
For a short while their hope that they might feed off one another artistically seemed to be coming to fruition. They painted everything that was at hand - scenes in Arles, the house, the furnishings, the square outside, each other. While Van Gogh admired almost everything Gauguin produced, the older man was more sparing with his praise, commenting tartly that Van Gogh did indeed 'have an eye for blobs of impasto'.
Martin Gayford deftly charts how the differences in temperament quickly became divisive, and his narrative shifts subtly from art history to psychological thriller. While Gauguin was stuck in the South his paintings were beginning to sell in Paris and his name to attract critical attention. He found himself feeling far from the action, marooned with a man whose mental unravelling was becoming more pronounced by the day. Gauguin's increasing fretfulness transmitted itself to Van Gogh and only heightened the other man's anxieties.
In December alone Van Gogh had painted 25 pictures, he was exhausted, often drunk, becoming increasingly unhinged and fearful that Gauguin was going to abandon him, as indeed he was. Years earlier, back in Holland, Van Gogh had asked: 'Is being alone really living?' He had come to the conclusion that it wasn't and the prospect terrified him.
The crisis came on December 23 when, of course, Van Gogh sliced off part of his left ear. He wrapped the grisly morsel in newspaper and delivered it to a whore called Rachel in a nearby brothel; on opening this unexpected gift the poor girl fainted, as well she might.
Martin Gayford's account of the whole episode is particularly poignant, and he lays out a convincing explanation of the complex reasons why the painter turned on himself: manic depression with an admixture of religious mania and personal guilt over leaving the reformed prostitute he had lived with back in Holland. It was more than enough to overcome his already fragile mental resources. Gauguin himself left Arles on Christmas Day and the two painters never saw each other again.
It is a sad, sad story but, as this revealing and touching book reminds one, the path to this tragedy was documented in a series of paintings that have become among the best known in Western art.

quarta-feira, maio 03, 2006

Rua Augusta


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

Espero que a CML ou a PSP limpem a nossa querida Rua Augusta daqueles "rapazotes" que, a pretexto de uma qualquer sondagem, impingem "time-sharing", atoalhados, faqueiros e C&Lda aos transeuntes , alguns com maus modos e até violentos.

Zé da Neta

As duas bonecas


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa


Lá longe, na Índia, havia um rei que tinha uma filha. Ora, queria o rei que a sua filha casasse com um homem de muito juízo. "O noiva da minha filha" (dizia ela) "pode ser fidalgo, valente, bonito e rico -tudo isso será bom; mas mais que tudo, antes e acima de tudo, eu quero que o noivo da minha filha seja um homem de muito juízo, uma pessoa discreta e de muito bom senso." Um dia, o rei mandou fazer duas bonecas muito bem feitas, do tamanho de pessoas crescidas. Era olhar para elas, e vê-las iguais -mesmo iguaisinhas. As caras das duas eram iguais; os corpos, iguais; os tamanhos, iguais; os vestidos, iguais; - tudo igual. Não se via diferença: mesmo iguaisinhas. O rei, depois, mandou pôr as duas bonecas à porta do seu palácio. Um arauto avançou por ordem dele, e gritou assim, para que todos ouvissem: - Olá! Oiçam todos o que eu vou dizer! Oiçam todos, e passem palavra do que vão ouvir! À porta do palácio estão duas bonecas. O homem (quem quer que ele seja) que for capaz de dizer certinho em que é que as bonecas não são iguais - esse casará com a nossa princesa, e virá um dia a ser rei ! A notícia correu de terra em terra, e por toda a parte se dizia o mesmo, - por todas as cidades, por todas as aldeias, por todos os campos. "Casará com a princesa, virá a ser rei, quem for capaz de descobrir em que é que as bonecas não são iguais." E desde então, de dia e de noite, passava gente de todas as partes - pelas estradas, pelas veredas, pelos caminhos, uns nos seus carros, outros montados, muitos a pé, - para verem na porta as bonecas do rei. Eram monarcas, eram fidalgos, eram pastores, que todos se punham a ver e mirar. Viam em cima, viam em baixo, viam à frente, viam aos lados, viam atrás. Olhavam, fitavam, espreitavam, contemplavam, inspeccionavam, examinavam - e nada, nada, nada ! Ninguém via diferença alguma. Eram iguais ! - Não sei. Não vejo diferença - diziam todos - parecem-me iguais. E os cozinheiros, portanto, não tiveram de cozinhar o banquete para o dia do casamento da princesa. Por fim, apareceu uma manhã um homem alegre e muito novo - um jovem - de olhos brilhante e de gesto calmo, que parecia pensar as coisas bem pensadas, até adivinha, bem adivinhadas, as adivinhas que lhe propusessem. Ouvira falar do aviso do rei, e queria ver, também ele, as duas bonecas ! Colocou-se pois adiante das duas, e esteve muito tempo a examiná-las. Não via, também, nenhumas diferença. Os olhos de uma eram iguais aos da outra; iguais as mãos, os braços, os pés, os vestidos. Tudo igual ! Saiu o jovem de ao pé das bonecas. Passeou, pensando, de um lado para o outro. Franziu os sobrolhos. Cruzou as mãos por trás das costas. Fechou os olhos. Inclinou a cabeça ... De repente, lembrou-lhe uma coisa. Foi ver as orelhas das duas bonecas. Viu também as suas bocas. Procurou depois qualquer coisa pelo chão, até que encontrou uma palhinha. Pegou na palhinha, e voltou para as bonecas. Então, meteu a palhinha por dentro do ouvido de uma delas. Foi empurrando, empurrando, empurrando, até que viu sair a outra ponta pela boca da boneca, ao meio dos lábios. Puxou então por essa ponta, e assim tirou a palhinha cá para fora. Foi depois à outra boneca - a da esquerda -, e meteu-lhe a palha para dentro do ouvido. Empurrou a palha, empurrou, olhando para os lábios dessa mesma boneca. Empurrou mais. Não saía. Empurrou tudo, até ao fim. A palha desapareceu. Tinha caído, certamente, para dentro do corpo. Não havia passagem do ouvido para a boca. Então, chamou um criado, e disse-lhe assim: - Faça favor de dizer a el-rei que lhe peço para lhe falar sobre as bonecas. Já dei com o segredo. O rei mandou-o entrar. O jovem inclinou-se, cruzou as mão sobre o peito. - Pode falar - disse-lhe o rei. - Meu senhor - começou o jovem - uma das bonecas é melhor que a outra, porque não atira pela boca fora tudo o que lhe entra pelos ouvidos; ao passo que a outra deixa sair pela boca, tudo que pelos ouvidos se lhe meter. Uma não repete, pois, tudo aquilo quanto ouve dizer; a outra é linguareira e indiscreta. - Ora até que enfim! - declarou o rei - Trataremos de preparar a festa de noivado. Este jovem tem juízo, e há-de casar com minha filha! E então é que foi trabalho, meus amigos, para os cozinheiros, os alfaiates, os criados, os mordomos, os oficiais, e toda a demais gente do real palácio! E isso é que foi uma festa, a do casamento da filha do rei!

A. Sérgio

terça-feira, maio 02, 2006

Manias


www.pulodolobo.blogspot.com Posted by Picasa

O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.

Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.

Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,

Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!

C. Verde